quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A gente ama aos poucos,
 com com jeitinho, com sutileza, 
 a gente percebe que ama quando sente saudade, 
 quando sente vontade do abraço, do cheiro, do beijo, do jeito,
 das piadas sem graça, do banquinho da praça, 
 do aperto de mão, do suspiro, da respiração ofegante, 
dos sonhos sonhados juntos, 
 da chuva que caia durante aquele beijo, 
 da vida que seguia sem graça e agora causa frios na barriga, 
da ideia de companhia pra estar sentado ao lado da lareira, 
dos acontecimentos que nunca aconteceram, 
dos momentos que só existem na mente, 
a gente percebe que ama quando se toca que entregou
 na mão de outra pessoa a caneta que escreverá a própria história 
 e assume a responsabilidade de escrever a história do outro,
 escrevendo então, uma única história para duas pessoas...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Só isso...

Chuva à tarde,
aperto de mão, 
cheiro no pescoço,
beijinho no rosto, 
beijo gelado, 
abraço apertado, 
beliscão de namorado, 
quem nunca levou? 

Picolé de groselha, 
bolo de avó, 
comida de mãe, 
doce da tia, 
doce de leite, 
romeu e julieta, 
quem nunca comeu? 

Cheiro de queimado, 
casamento atrasado, 
carro estragado, 
beijo roubado, 
moço sem jeito, 
celular com defeito, 
dores no peito, 
pessoa sem respeito, 
quem nunca presenciou? 

Chorar no banho, 
sorrir sozinho, 
dar tapa na testa, 
correr sem destino, 
sonhar acordado, 
andar no telhado, 
raspar a panela, 
brigar com travesseiro, 
esconder no banheiro. 

Tomar banho frio, 
beber leite quente, 
ter medo de gente, 
ver água corrente, 
 ser inconsequente, 
mentir com jeitinho, 
apertar o cão com carinho, 
pular o muro do vizinho, 
quem nunca o fez? 

Olhar o namorado da amiga, 
comer quando não cabe mais nada na barriga, 
beijar o chão, 
arrancar um botão, 
puxar o cabelo, 
se olhar no espelho, 
dizer que é mentira, 
que isso não acontece na vida, 
a gente meio que entende, 
é difícil admitir que a felicidade é tão simples.

domingo, 13 de janeiro de 2013

(In)Distinto

De modo geral, 
há sempre uma discrepância..
Uns veem as árvores,
outros e percebem o sol,
alguns sentem o perfume,
outros tantos notam apenas o chão escuro,
as folhas caídas, a parte sem vida.
Alguns vão além, 
tocam o chão,
tocam os caules,
as cascas, 
sentem o cheiro,
observam o sol;
mas não é o que veem, 
ou o que sentem,
e sim o fato de verem, 
de sentirem.
 O jeito que cada um vê o mundo é que o torna tão singular;
 não as pessoas, o mundo!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

PUERILIDADE

Minhas atitudes pueris
as vezes parecem senis.
Essa máscara indômita me parece atraente;
Através dos olhos desta máscara,
creio entender o mundo que me rodeia...
 Me remete a sonhos de primavera, fim de outono, inicio de inverno,meio do verão;
Cada estação um detalhe,flores, frutos, frio, calor;
Aos frutos, uma boca que a deguste;
Às flores, alguém sensível o bastante para apreciar sua delicadeza;
Ao calor, uma chuva e uma boa companhia...
Ao frio, uma lareira, uma taça de vinho,um carpete, um beijo, um abraço e
 dois pares de olhos tentando decifrar o silêncio!