segunda-feira, 27 de maio de 2013

"[...]

Inspiração...
Essas linhas parecem não entender tudo que tenho a dizer, 
tantas coisas que sinto. 
 em um breve espaço de tempo as palavras me fogem,
os sentidos se perdem, 
as melodias se confundem;
Me falta a inspiração de outrora,
me falta um sentimento, 
um afago sincero,
talvez me falte até mesmo saliva de outrem;
Percebo na falta de sonhos, 
nas frustrações de diárias, 
nas novas dores que tenho carregado, 
nos poucos sonhos que ainda me restam e 
na solidão que tem me rodeado;
Talvez não me falte inspiração, 
talvez esteja acontecendo o que por muito tempo temi
e por tanto tempo almejei: a inocência se foi, e com ela
alguns sonhos e parte da esperança, 
esse é o preço que a vida lhe cobra por ser adulto.

sábado, 23 de março de 2013

Dama(o) da Noite!

Tu tens sonhos de adolescente..
Tens a inocência de uma criança recém nascida;
Tens a malícia da vida e o regato de estrelas em um céu negro;
Tu és a contenda causada pelos trovões em meio a chuva calma...
Teus pés tocaram o algoz da morte e deleitaram-se nas águas do rio Aqueronte, mas o balseiro não aceitou uma moeda, preferiu roubar-lhe o sorriso...
No lugar onde a luz nunca chegou, tu seguiste o caminho, sem a oportunidade de demonstrar um sorriso e tornou-se refém dos lábios e dos enfadonhos risos que eles expressam... Teus olhos perderam o riso, a graça...
Os tigres não lhe amedrontam mais, eles na verdade sequer perecem existir;
Imagino que vês as rosas, mas não sentes seu cheiro ou aprecia sua delicada beleza;
Teus sonhos de adolescente, nunca foram sonhos, nunca passaram de miragens;
Tua inocência na verdade é indiferença...
Tu és uma dama da noite que caminha pelo dia sem notar o sol...
Uma alma perdida entre os vivos, esperando pela segunda morte; 
Implorando pra que quando este momento chegar, lhe deem a oportunidade de levar consigo uma moeda de prata, para que não perca um segundo sorriso...
Para que seus olhos brilhem outra vez, mesmo que do outro lado do véu!

domingo, 10 de março de 2013

Miragens

Plantei uma árvore, depois plantei outra, plantei outras duas, 
depois plantei uma roseira, depois plantei outra, plantei outras duas roseiras;
A chuva parecia ter prazer em cair sobre o meu jardim, sabia exatamente a hora que precisava ser regado;
Semeei algumas sementes, mentira, foram várias sementes, elas caíram onde lhes parecia correto cair...
E elas nasceram, a terra às acolheu com gosto, com um abraço de vida;
Fiz um jardim e nele havia Carvalhos, Pinheiros, Ipês, uma Jabuticabeira, eram tantas as árvores, não poderia eu descrever todas.
 Havia um pequeno lago, meia dúzia de peixes ou duas dúzias talvez, meu lago tinha águas transparentes, fundo negro, mas tinha vida e era nítida a vida dele;
 três ou quatro cisnes brancos, dois ou três cisnes negros, talvez mais ou menos;
A noite meu jardim tinha um cheiro singular, uma mistura singela do doce aroma 
eucalipto com o rasgante aroma de três ou quatro Damas da Noite;
Caminhar descalço sobre chão, a grama, parecia o céu, o chão parecia entender as preces da minha pele que queria vida; 
Grama verdinha,sol amarelo, rosas vermelhas, tanta cor, tantos desenhos tantos sonhos...
Tantos pássaros, tantos sons, tanta música...
Tanta história...
Ah sim... é uma bela história a ser contada, mas é só uma história, a verdade não é bem assim...
Plantei uma semente, ela morreu... plantei outras duas sementes elas também morreram,
tudo que eu vi não passava de uma miragem...
A chuva nunca caiu, os cisnes nunca existiram, o lago também não;
Quando caminhei sobre meu provável jardim, ele queimou meus pés;
Pensei ter jogado sementes sobre uma terra fértil, mas na verdade era um deserto;
No final, tudo não passou de uma miragem, uma bela, linda, perfeita miragem,
mas miragens também machucam...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Noite passada pensei em você,
 no seu jeitinho tímido,
 no seu sorriso sem graça,
no seu abraço confuso,
 nos seus lábios trémulos;
Noite passada choveu,
e eu lembrei dos momentos que não tivemos juntos,
 lembrei do primeiro sms,
 do primeiro aperto de mão,
da primeira vez que você me fez sorrir,
Noite passada a chuva foi forte e a saudade maior ainda;
Noite passada a chuva foi fria, só não mais fria que meus dias ensolarados sem a sua companhia;
Noite passada abracei o edredom na esperança que ele tivesse seu cheiro;
A noite passada foi mais um número somado a tantos outros sem você,
Noite passada foi nostálgica, foi triste, mas uma tristeza regada de sorrisos bobos que só nós dois conhecemos...
 Não faz muito sentido, mas é importante dizer...
noite passada pensei em você!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Reticências da Existência...


Havia um homem e um garoto...
...e um garoto e um homem.
O homem olhou para o céu e viu estrelas,
pequenos pontinhos brilhantes; o garoto viu pessoas queridas,
que ali estavam a olhar por ele.
o garoto descobriu que o céu era infinito, e decidiu ser astronauta;
o homem viu o impossível e viu o infinito e o infinito pôs fim ao seu sonho,
como poderia ele alcançar o infinito?
o homem viu a mulher e percebeu o seu corpo;
o garoto percebeu o sorriso dela e descobriu que ele lhe causava frio na barriga;
Esse mesmo garoto chorava quando sentia dor ou quando sofria; esse mesmo homem
mantinha-se com aparência inerte, preferia esconder a dor com um falso sorriso!
o garoto e o homem, figuras distintas, separadas pelo tempo...
o homem sensato, o garoto curioso;
ele decidiu experimentar, o outro ele preferiu apenas observar;
aquele ele não parecia em nada "ele";
as mudanças foram sutis ou talvez nem tanto;
ele que um dia brincava com pipas e valorizava sorrisos,
hoje brinca com sorrisos e valoriza as pipas;
esqueceu-se do frio na barriga e o que ele representava,
perdeu a esperança de conhecer o infinito;
apegou-se ao seu frívolo "eu" e o ofereceu aos outros;
mas pessoas frívolas valorizam pessoas frívolas...
uma pena,
mas o mundo reza pra que ele encontre o coração que ainda habita nele,
a verdade é que esse coração já não suporta mais servir apenas para mantê-lo vivo,
esse coração quer voltar a viver!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A gente ama aos poucos,
 com com jeitinho, com sutileza, 
 a gente percebe que ama quando sente saudade, 
 quando sente vontade do abraço, do cheiro, do beijo, do jeito,
 das piadas sem graça, do banquinho da praça, 
 do aperto de mão, do suspiro, da respiração ofegante, 
dos sonhos sonhados juntos, 
 da chuva que caia durante aquele beijo, 
 da vida que seguia sem graça e agora causa frios na barriga, 
da ideia de companhia pra estar sentado ao lado da lareira, 
dos acontecimentos que nunca aconteceram, 
dos momentos que só existem na mente, 
a gente percebe que ama quando se toca que entregou
 na mão de outra pessoa a caneta que escreverá a própria história 
 e assume a responsabilidade de escrever a história do outro,
 escrevendo então, uma única história para duas pessoas...

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Só isso...

Chuva à tarde,
aperto de mão, 
cheiro no pescoço,
beijinho no rosto, 
beijo gelado, 
abraço apertado, 
beliscão de namorado, 
quem nunca levou? 

Picolé de groselha, 
bolo de avó, 
comida de mãe, 
doce da tia, 
doce de leite, 
romeu e julieta, 
quem nunca comeu? 

Cheiro de queimado, 
casamento atrasado, 
carro estragado, 
beijo roubado, 
moço sem jeito, 
celular com defeito, 
dores no peito, 
pessoa sem respeito, 
quem nunca presenciou? 

Chorar no banho, 
sorrir sozinho, 
dar tapa na testa, 
correr sem destino, 
sonhar acordado, 
andar no telhado, 
raspar a panela, 
brigar com travesseiro, 
esconder no banheiro. 

Tomar banho frio, 
beber leite quente, 
ter medo de gente, 
ver água corrente, 
 ser inconsequente, 
mentir com jeitinho, 
apertar o cão com carinho, 
pular o muro do vizinho, 
quem nunca o fez? 

Olhar o namorado da amiga, 
comer quando não cabe mais nada na barriga, 
beijar o chão, 
arrancar um botão, 
puxar o cabelo, 
se olhar no espelho, 
dizer que é mentira, 
que isso não acontece na vida, 
a gente meio que entende, 
é difícil admitir que a felicidade é tão simples.

domingo, 13 de janeiro de 2013

(In)Distinto

De modo geral, 
há sempre uma discrepância..
Uns veem as árvores,
outros e percebem o sol,
alguns sentem o perfume,
outros tantos notam apenas o chão escuro,
as folhas caídas, a parte sem vida.
Alguns vão além, 
tocam o chão,
tocam os caules,
as cascas, 
sentem o cheiro,
observam o sol;
mas não é o que veem, 
ou o que sentem,
e sim o fato de verem, 
de sentirem.
 O jeito que cada um vê o mundo é que o torna tão singular;
 não as pessoas, o mundo!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

PUERILIDADE

Minhas atitudes pueris
as vezes parecem senis.
Essa máscara indômita me parece atraente;
Através dos olhos desta máscara,
creio entender o mundo que me rodeia...
 Me remete a sonhos de primavera, fim de outono, inicio de inverno,meio do verão;
Cada estação um detalhe,flores, frutos, frio, calor;
Aos frutos, uma boca que a deguste;
Às flores, alguém sensível o bastante para apreciar sua delicadeza;
Ao calor, uma chuva e uma boa companhia...
Ao frio, uma lareira, uma taça de vinho,um carpete, um beijo, um abraço e
 dois pares de olhos tentando decifrar o silêncio!