sábado, 13 de setembro de 2014

Eu saberia dizer semelhança entre um corvo e uma escrivaninha...
poderia estabelecer uma sólida relação entre um chapéu de palha e uma maçã;
Também poderia escrever uma história de amor entre
uma nuvem e uma pedra;
Me sujeitaria atravessar o oceano a nado;
correria por todas as tempestades pra que pudesse segurar um raio nas mãos;
tudo porque o toque da sua mão me é mais mortal que um raio;
já perdi a conta de quantas vezes morri nas suas mãos,
de quantas vezes perdi os sentidos  e a razão, por um simples toque seu;
Eu até ensinaria um gato a latir, um cachorro a miar,
um cavalo a respirar em baixo d'água...
parece tudo tão fácil..tão simples;
mas é por sua causa;
por sua causa eu obrigaria as folhas a não caírem;
transformaria um pântano em um bosque;
um abutre em uma andorinha que fizesse sozinha o seu verão;
Não entendo a razão de as coisas serem como são,
decifrar o tempo pode ser algo doloroso,
mas é o melhor dos meus passa tempos;
Não daria uma moeda pelos seus pensamentos,
mas daria uma vida pelo seu coração...


Ação e (re)ação - Inexo

Por muito tempo fiz de mim um baú de segredos, 
de sonhos, 
sonhos solitários,
momentos de mim mesmo, 
por muito tempo fui cheio de mim mesmo e vazio de sentimentos,
mas se sentir cheio e vazio ao mesmo tempo é complexo,
e essa complexidade ganha outras formas quando saímos deste estado
de dualidade hermética. 
A dualidade a qual me refiro é "estar cheio e vazio";
Mas esse hermetismo aos poucos deixa de existir, 
talvez não a dualidade, 
mas o hermetismo sim...
As vezes você deixa alguém entrar, 
mas pra algo entrar, 
algo tem que sair e deixar um espaço a ser preenchido, 
as vezes esse algo que entra encontra obstáculos, 
as vezes também ele encontra seu jeito de superar esses obstáculos, 
em outras ocasiões, muitas ocasiões na verdade, 
esse algo que tenta entrar te deixa confuso...
Mas...
o coração se acostuma a estar vazio, 
a estar condicionado a primeira lei de newton, 
e então torna-se necessário que se use a segunda lei de newton, 
é necessário insistir até que finalmente, 
a terceira lei acontece...
Mas a inércia também compactua com a terceira lei, 
principalmente quando se trata de coisas do coração, 
porque um corpo inerte precisa de força externa, força essa causada por uma ação,
que tem como reação o fim da inércia...
Dizem que pra algo dar certo é preciso que a química aconteça, 
mas não... a física continua sendo a mãe dos fenômenos...
Contudo, talvez, é apenas uma hipótese, claro...
seria necessário despir-se dos preconceitos e medos, 
e seguir os instintos, deixar-se perder a racionalidade e cair nas graças dos sentimentos.
Ou então, aceitar sua condição de inércia e hermetismo, voltar a ser cheio de si e vazio de todo o resto...